quarta-feira, 27 de julho de 2011

...que Solidariedade???

Este é um tema muito complexo, muitíssimo melindroso mesmo...é como as doenças : ninguém está livre de passar por circunstâncias terríveis na vida, ou assistir a pessoas próximas e queridas passarem por essas circunstâncias, tão penosas, e muitas vezes incompreensivelmente injustas...
          Penso ser um dever indiscutível da sociedade, tomar em seu seio, de forma muita digna, de forma muito clara e distinta, todas as pessoas, que por razões que lhes são alheias, que lhes são exteriores, se vêm de um momento para o outro, privados da vida que tinham, porque perdem o emprego, porque perdem a saúde, após anos e anos de muito trabalho, de muita contribuição para a sociedade em que se inserem, contribuição essa, que em muitos casos, para além da pecuniária por via dos impostos, também é de índole pessoal, muito pessoal, muito próxima de quem realmente necessita de tudo, mas, e fundamentalmente, de calor humano….      Isto é a verdadeira solidariedade, são para estas situações que a sociedade existe da forma organizada como está!
          Contudo, e como sempre "não há bela sem senão", não deve a sociedade confundir uma situação social anormal, justificativa de uma intervenção ajustada, com situações "crónicas" de desajustamento social, onde por trás de tão técnico nome, temos simplesmente malandragem, safadeza, parasitagem ( de todos nós afinal...)
Quantos de nós não assistimos já, a situações em que pessoas e grupos de pessoas, que    nunca estiveram inseridas na sociedade, por INTEIRA E LIVRE VONTADE, nunca descontaram um cêntimo para a sociedade, nunca deram minimamente o contributo do seu trabalho, e se acham com direitos, grande parte das vezes megalómanos, que fazem com que nós olhemos uns para os outros e pensemos que porventura estamos noutro planeta.
         Quantas vezes, e cada vez mais nos tempos que correm, ouvimos corrente e recorrentemente nos “media”, que a população portuguesa está endividada, dizem sobre endividada…ao ponto de, já nem de nós próprios sermos donos...é a troika que é o nosso dono!!
Aceitamos esse endividamento quando se nos depara uma situação de doença grave, quando se compra uma habitação, quando se compra um carro dito “utilitário”, quando se tem de pagar as propinas da universidade dos filhos, e com toda a certeza noutras circunstâncias que o senso comum ajuíza de razoável…Não devemos aceitar endividamentos para pagar férias, não devemos aceitar para pagar luxuosos carros topo de gama, não devemos aceitar quando existem endividamentos para sustentar situações que caem completamente fora das vulgares necessidades, dos vulgares cidadãos!! Diz o povo :”Quem não tem dinheiro, não tem vícios…”
 "Tirando a lama das unhas" , devo dizer que sinto existirem três extratos da sociedade: a alta, onde tudo o que se passa na Terra em nada lhes diz respeito, nem sabem o que é isso, a baixa que não dá um passo sem pedir, EXIGIR desde sempre ao Estado tudo, sem que em muito dos casos, nada tenham contribuido para o ”bolo”, e a média, que olha atónita para tudo isto, passando muitas vezes dificuldades, aguenta-as, toca para a frente, geralmente séria, honesta e muito, muito triste, tenta dar aos filhos uma vida melhor do aquela que teve, formando-os, quer académicamente, quer civicamente, mas sempre a um passo de baixar os braços, porque vê que ...não dá...não dá mesmo...

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