domingo, 21 de julho de 2013

Ensino Superior?...hoje?

“…, nem sei para que estamos a inscrever-me no ensino superior!? Pagámos uma pipa de massa, e no final nem sei se tenho emprego…mas engenheiro informático serei!...mas tudo bem, siga…”
Fiquei maluco! Confuso, nunca esperava ouvir isto de quem ouvi, que tanto trabalho, sob todos os aspectos, tinha tido, e principalmente nos últimos 3 anos, sendo sempre o melhor aluno das turmas por onde passou, recebendo e mantendo com orgulho, o respectivo prémio. Mas tinha razão! Ele tinha razão!! Não, ele tem razão!!!
…e foi passar por tanto...todos. Um a estudar, e os outros sempre a apoiar no necessário, e até onde sabiam e podiam…
Eu tenho uma posição firmada e formada, há já muitos anos, de que não devia existir qualquer tipo de “exame de entrada” para o acesso ao ensino superior. Assim como tenho a mesmíssima posição relativamente á obrigatoriedade das pessoas terem o 9º ano ou, e pior claro, 0 12º ano. Neste contexto, bastaria existir, e muito a meu contragosto, o 6º ano, pois assim as pessoas pelo menos sabiam ler e escrever.
                   A partir desta posição, e/ou situação, as pessoas eram livres de escolherem se queriam continuar a estudar ou não! Acabavam-se os paternalismos. Com que direito, quem quer que seja, leia-se e entenda-se neste caso o Estado, pode obrigar seja que cidadão for, a saber seja o que for?
                   Agora outra situação, diria, a outra face da mesma moeda, será esse mesmo Estado criar determinadas condicionantes, sérias e responsáveis, onde todos os cidadãos, para acederem a dadas posições, a dadas carreiras, a dados empregos, em geral, terem melhores condições de vida, teriam de obedecer a regras onde, essas sim, incluiriam de forma clara e distinta, portanto óbvia, a obrigatoriedade de possuírem dados conhecimentos, onde por arrasto incluiriam as habilitações académicas, profissionais, bem como experiências vivenciadas.
                   Neste quadro não entra o mínimo de tolerância!
Tolerância Zero, para quem não reunir as condições exigidas para aceder a dada posição ou dado emprego. Também com o mesmo espirito de Tolerância Zero, quem não conseguisse sobreviver por não conseguir emprego (e depois de analisadas as causas para a situação, onde os aspectos extrínsecos á pessoa teriam e deveriam ser tomados em conta, tais como condicionantes físicas, e fisiológicas, bem como dadas faixas etárias já), mas como dizia, quem não conseguisse sobreviver por não conseguir emprego, não seria nunca ajudado pelo Estado. Teria de sobreviver á sua conta e risco!
Tenho para mim, que toda a sociedade, por gosto, pois já dizia Ovidio, que “qualquer tarefa se torna mais fácil, quando desempenhada por gosto” , faria todos os possíveis e mesmos os impossíveis para estudar até ao término dos estudos académicos, ou seja, chegando mesmo ao curso superior!
Isto seria feito por gosto e por inteligência, pois como diz Peter Drucker, “a melhor forma de prever o futuro, é criá-lo!”.
Isto leva-me aos exames de acesso ao ensino superior.
É um disparate! É errado! Não deve existir qualquer tipo, seja de que for, de exame para aceder a que grau de ensino for!!
Quem quer estudar, estuda! Seja onde for! E paga…Propina normal para a primeira vez que faz a cadeira, é normal, mas logo com um suplemento, se fizer a mesma cadeira pela segunda vez, com o mesmo principio, na medida em que não fosse fazendo a, ou as cadeiras.
Não há duvidas que imediatamente, qualquer aluno, ou se empenhava a sério no estudo, ou teria de ser muito rico para andar a “pastar” pelas faculdades.
E tenho a certeza absoluta que teríamos bons médicos, bons engenheiros, bons advogados, pois aí as pessoas podiam escolher o curso para o qual teria maior aptidão, sem qualquer duvida!! Os exames das cadeiras eram mesmo EXAMES!!! A sério!!
Que me importa ter diante de mim um médico que entrou para a faculdade de medicina com nota de 19,9v, se afinal não passa de um asno, onde só teve aquela nota porque os papás são ricos, o puseram com dez explicadores durante um ano, e o rapaz afinal tinha queda era para cantor…vai salvar-me a vida? Se calhar é daqueles que nem sangue pode ver!
Quantos engenheiros, ou advogados, ou outros quaisquer, só o são, porque a nota que conseguiram para entrar só dava para aqueles cursos, apesar da vocação deles ser completamente diferente, quantos??
É o mesmo que eu ter o carro que posso, nunca o carro que quero.
Penso com toda a convicção que este ano, o que se passou com todos os exames de acesso, e outros, foi manobra entre lóbis de professores, que preferem ter alunos a marcar passo, mas ter alunos, e justificam assim a sua necessidade de emprego. Por outro lado, o Estado livra-se daquela máxima agora muito em voga, de “que adianta ter um curso superior, se vou para o desemprego?”. E ainda, as estatísticas descem relativamente a jovens licenciados no desemprego.

Quem este texto estiver a ler, não pense que é uma mania de conspiração, não é!
É VERDADE!!

Vamo-nos vendo por aí..