domingo, 10 de julho de 2011

O Sentido da Honra

Vivemos um momento particularmente conturbado no que diz respeito a valores de vida e da vida…
Eu tenho o privilégio, como muitos dos leitores, de ter idade para, pelo menos, ter passado por diferentes estádios e vicissitudes que a vida me foi colocando ao longo dos meus anos de vivência, e foram tantos e tão diferentes, que de cátedra, posso tomar minhas as palavras do nosso povo “… tenho 50 anos de idade, mas 100 de vida…”
Durante esse percurso cruzei-me, cruzamo-nos, de entre muitas realidades, com a realidade “do compadrio”, “da cunha”… e se quando era jovem ficava perturbado, mas não me detinha muito sobre o assunto, pois tinha com toda a certeza coisas mais “importantes para fazer, como as coisas da juventude”, hoje quando me deparo com essas situações, fico triste, tocado profundamente, revoltado, impotentemente revoltado…
Nem sequer me vou posicionar somente no aspecto moral, digo imoral, que apesar de ser muito importante, de ser um pilar-forte de construção, de qualquer sociedade que se queira digna, justa, equilibrada, moderna, pode pela sua natureza abstracta não sensibilizar as pessoas mais desprevenidas, mais distraídas…não podem contudo as situações reais deixar de ser sentidas por todos nós :
-Terão todos os políticos que conhecemos, seja de âmbito concelhio, seja de âmbito nacional, sentido de estado? Conhecimentos suficientes para os cargos que ocupam? Terão impermeabilidade suficiente relativamente a influencias exteriores para executarem as obras que devem executar, quando estas beneficiam a população e não beneficiam grupos de interesses?

-Terão todos os empresários, e responsáveis da e na industria que conhecemos, seja de âmbito PME, seja grande empresa, sentido de dever? Conhecimentos suficientes para os cargos que ocupam? Terão impermeabilidade suficiente relativamente a influencias exteriores para executarem as obras que devem executar, quando estas beneficiam a empresa onde, e para quem, trabalham, e não beneficiam grupos de amigos, onde se entrecruzam interesses comuns obscuros, (...e por vezes patéticos..)?
No fundo, de forma como esta nossa sociedade actual, está organizada, dependemos destas personagens...para o bem e para o mal.
Mas não façamos disso tragédia; façamos, isso sim o que realmente a vida real nos exige que façamos, ou seja, que mostremos a essas personagens, que sem nós, os que crónicamente ficam sempre fora e a depender, que sem nós não são nada, pois nem sequer têm justificação para existir...
...e volto a sair do disco...

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