domingo, 10 de julho de 2011

Os Funcionários Publicos

Fiquei deveras triste, quando num dado sábado, ao fim do dia, num programa da RTP2, de índole económica e financeira, vi e ouvi (…todos viram…) um (ido já..)secretário de estado, do ministério das finanças, dizer com um sorriso cúmplice e de satisfação, que estava já confirmado, os funcionários públicos no ano transacto, já ganharam menos, e neste ano, tudo indica que o sentido dos salários se mantenha, isto é, o descendente.

Perante esta afirmação, a minha tristeza afinal, não durou muito. Pensei que talvez, este secretário de estado se estava a referir aos ministros, aos assessores dos ministros, aos secretários dos ministros, aos secretários dos assessores dos ministros, aos secretários de estado, aos assessores dos secretários de estado, aos secretários dos secretários de estado, aos secretários dos assessores dos secretários de estado, aos directores gerais, aos assessores dos directores gerais, aos secretários dos assessores dos directores gerais, aos gestores/conselhos de administração das empresas públicas, tipo Caixa Geral de Depósitos, tipo GALP, tipo REFER, tipo ANA, tipo RTP, tipo REN, tipo…,aos governadores do Banco de Portugal, aos assessores destes quadro superiores, aos secretários destes quadros superiores, aos generais do exército, aos generais da força aérea, aos almirantes da marinha, aos oficiais das forças armadas que até dada patente, mantêm todas as mordomias, vá-se lá saber com que justificação…porventura aos séquitos de assessores e secretários, das câmaras municipais, ás empresas municipais que existem com figura jurídica própria para executarem aquilo para o que a câmara em principio tinha por suas funções (..isto é de doidos..estou a escrever isto, e parece que só agora estou a dar conta da imensa fraude publica que é a constituição destas empresas…)…

Não, não me acredito que se estivesse a referir ao professor, ao polícia, ao médico, ao administrativo, ao enfermeiro, ao bombeiro, ao especialista de qualquer serviço que o estado tem obrigação de prestar, e com toda a eficiência…
Admito uma coisa: é necessária coragem para enfrentar o povo com desfaçatez, desprezando-o, sabendo e sentindo que se pode dizer o que se quiser, fazer o que se quiser, porque no final ninguém pode ser condenado por … tomar opções políticasAINDA minha boa gente..AINDA!!!

Todos sabemos que é necessário mudar muita coisa no funcionalismo público! Existem coisas que são simplesmente absurdas nesse sector, tomando por comparação o sector privado, tomando por referência o que qualquer cidadão espera de um serviço publico eficiente, e vê essa expectativa gorada; não é em vão que nestes últimos 20 ou 30 anos, se caricaturou o funcionário público de forma a mostrá-lo como um malandro, um incompetente…o povo mais não fez que ir juntando aos poucos os milhares de situações com as quais se foi confrontando durante os tempos; mais não fez que começar a fazer lei de muitas e muitas situações anómalas, arrogantes, incompetentes, desleixadas, com as quais se foi deparando ao longo dos tempos, nos seus (obrigatórios) contactos com os serviços do estado…obviamente esta situação tem de ser mudada, MAS DE UMA FORMA CORRECTA!
Cada serviço sabe exactamente quais as funções que lhe cabem no organograma da função publica. Cada responsável por serviço, sabendo exactamente os objectivos a atingir, pelo seu sector, deve munir-se dos meios humanos e outros de forma a satisfazer e atingir de forma plena, esses objectivos.
Como em qualquer caso quer seja no sector privado, quer no sector público, os pomposamente chamados de “Recursos Humanos”, que afinal até são as pessoas, TÊM QUE SER BEM RECOMPENSADOS, não só no aspecto monetário, que apesar de ser importante, não o é mais, que a recompensa psicológica, o ser reconhecido, o não ser estigmatizado como se de um demónio se tratasse! Só com profissionais bem tratados em todos, e a todos os níveis, se poderão esperar trabalhos e desempenhos altamente eficientes; só nessas circunstâncias poderá haver lugar para uma reclamação, pois o eventual reclamante, sabe que os serviços têm todos os meios, desde o humano ao não humano, para funcionar…
O que estes governantes estão a fazer, em vez de terem o trabalho (se calhar é por isso, é muito trabalho…) de separarem o trigo do joio, de afastarem os parasitas, os que realmente ganham enormes somas e não produzem justificadamente um décimo desse bolo que levam, não…optam pelo disparatado principio: “Ali no meio daquelas cem pessoas está um culpado…como não sei quem é, matam-se todos, que o culpado também morre..”
Companheiros, estejamos atentos. Quantas vezes, já nos tempos que correm, houve pais de alunos a bater nos professores? Quantos policias ou foram brutalmente assassinados ou se matarem algum safado e malandro, têm de provar muito bem que se o não tivessem feito, quem morreriam eram eles? Quantas vezes hoje vamos a uma qualquer repartição do estado e vemos que só lá estão meia dúzia de funcionários, para muitas e muitas pessoas, cidadãos que deviam ser bem servidos? Preciso falar na desmotivação do sector da saúde?? Hoje, eu que não sou funcionário publico, sinto que estas pessoa estão de rastos, e isso está a prejudicar-me bastante, pois eu preciso de um serviço de estado forte e não desmotivado, que é igual a fraqueza e fragilidade…
Mas estamos à espera de quê? Que estes profissionais se esmerem? Para quê? Para quando um qualquer chefe não gostar dele , e de maneira até agora ainda não totalmente esclarecida, lhe baixar a notação? Para continuar a ser bode expiatório de um qualquer ministro, cujo, para chegar a esse cargo não precisa de ser competente, não precisa de saber e provar nada,…só precisa de ser da confiança do líder do partido ganhador?
Atenção…quem não conhece o pensamento de B. B.:…levaram o padre, mas que me importa, eu não sou padre; levaram o comunista, mas que me importa, eu não sou comunista; agora estão a levar-me a mim…posso importar-me, mas já é tarde…”

…saio do disco perturbado, e até confuso…empresas municipais??????

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